Uma vinícola tem como papel principal o de colher e transformar a uva em vinho depois de alguns processos rigorosos. Por isso, um projeto que envolva a arquitetura de vinícolas exige um cuidado extra, já que o arquiteto precisa considerar, além da estética, as exigências básicas, como ambientes voltados para a produção e armazenamento.
Apaixonada por vinhos desde sempre, a arquiteta Juliana Agulhão, do escritório Agulhão e Frazatto, destacou, em seu trabalho de conclusão de curso (TCC) – que consistia no desenvolvimento de uma vinícola – que os locais de produção de vinho se revelaram, pouco a pouco, em locais de alto potencial atrativo, com espaços que mesclam a tecnologia e a racionalidade do processo produtivo com as experiências de degustação e de contemplação do sítio.
Integração
Agulhão destaca que o ideal, portanto, é conhecer o local e as necessidades para gerar a melhor forma de integração entre o ambiente e a funcionalidade. “O projeto pode integrar visualmente, quando possível, estes fluxos. Além disso, se considerarmos a visitação guiada, o visitante poderá conhecer toda a parte técnica de produção de vinho”, completa.
A partir disso, segundo a arquiteta, é possível – por exemplo – utilizar os vidros para o interior interagir com o exterior. “A escolha dos materiais se torna um ponto de extrema importância: os materiais de industrialização (aço, inox, concreto, vidro) dividem com os materiais naturais e locais (pedra, barro, madeira, água e vegetação), criando atmosferas singulares. Dessa forma, respeitamos a topografia e a natureza presente no ambiente, atendemos todo o processo produtivo da vitivinícola e proporcionamos degustação in loco (espaços pensados e planejados para tal atividade)”, conclui.
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