Você já deve ter ouvido falar sobre loft. O conceito surgiu na França, na década de 1950, com a ocupação de galpões industriais. Anos depois o novo modelo de moradia viralizou em Nova Iorque, por isso muitos consideram que sua origem é de lá. Independentemente de onde veio, o loft se espalhou pelo mundo, chegando inclusive no Brasil. Hoje o termo é utilizado para designar um espaço com pé direito duplo ou ambientes integrados.
“Na verdade, o termo loft em si se refere a um espaço de armazenamento, normalmente no alto de celeiros, galpões ou ambientes amplos sem divisões e pé-direito alto. Por terem surgido de espaços reaproveitados de maneira informal e inicialmente por um público considerado alternativo na época, o espaço loft ficou diretamente associado a um ambiente descolado, com características marcantes, como aberturas amplas, estrutura e tubulações aparentes, revestimentos rústicos, piso de cimento e ambientes integrados, sem muitas repartições, trazendo sensação de amplitude e liberdade”, explica a arquiteta Mariana Nicolau.
De acordo com ela, o conceito se atualizou, adaptando-se às transformações do mundo. Hoje, os projetos de loft se ajustam ao conceito de vida moderna, trazendo elementos de sustentabilidade, acessibilidade e design.
Recentemente, a arquiteta desenvolveu um projeto com o conceito loft para um jovem. Veja nas imagens abaixo.
Mariana explica que alterou a planta original, já que esta contava com divisórias internas na cozinha, quarto e banheiro, e implantou o conceito de amplitude por meio da integração de todos os ambientes.
“Além disso, utilizamos revestimentos que, mesmo sendo atuais, remetem ao conceito original, como o piso em porcelanato acetinado que se refere ao concreto, a textura de cimento queimado nas paredes, e o uso de um tijolinho cinza no banheiro, que traz de volta o conceito do ’rústico’, porém, nesse caso com um revestimento mais sofisticado e contemporâneo”, detalha sobre o projeto LW.
As cores também são um grande destaque nesse projeto. A paleta escolhida foi pensada para compor a ideia de integração de ambientes, se repetindo ao longo de todo o projeto.
“Como as imagens mostram, o uso predominante foi das cores cinza e azul, que foram escolhidas logo na concepção do projeto. Tais cores foram determinadas por se referirem a duas sensações principais: o cinza trazendo o conceito minimalista para o projeto, e o azul, utilizado principalmente em móveis soltos e elementos decorativos, trazendo um ar acolhedor e sofisticado. No geral, a paleta de cores foi elaborada pensando em trazer sobriedade ao projeto, porém fugindo da monotonia”, finaliza.
Acompanhe o trabalho da arquiteta Mariana Nicolau pelo Instagram.