Você sai do trabalho e quer fazer um happy hour com seus amigos. Que tipo de ambiente procura? Provavelmente aberto, movimentado, aconchegante, alegre? E se você preferir sair para relaxar com alguém em especial? Talvez, nesse caso, você opte por um restaurante menos agitado, com música mais baixa, luz mais suave, um local mais organizado visualmente. Você já parou para pensar nos elementos que compõem os espaços para que eles se tornem aquilo que visualizamos e sentimos?
Quando adentramos um local, muitas vezes não refletimos sobre todos os aspectos que se relacionam para que ele resulte no que se apresenta. O posicionamento e a intensidade das luzes, as cores e os tipos de materiais, suas texturas, o ruído (barulho) que vem de fora ou que é isolado pelas paredes e janelas: diversos são os fatores que influenciam o resultado, tornando o ambiente confortável ou não.
Talvez o objetivo do local não seja proporcionar o conforto. Em alguns restaurantes, fast food, por exemplo, as luzes são frias, brancas, intensas, as cadeiras nem sempre são aconchegantes, e isso é intencional. A finalidade desse tipo de empreendimento é que as pessoas façam refeições rápidas e liberem os assentos para que o movimento seja mais dinâmico. Não é o caso de restaurantes mais intimistas, como os bistrôs, que te convidam a saborear a comida, permanecer um tempo a mais, ouvir uma boa música.
Eles contêm luzes mais suaves, cadeiras mais ergonômicas, materiais de revestimentos com tons mais “quentes” e materiais mais absorventes para isolar o som e proporcionar a sensação adequada em relação à luz.
Em geral, quando os projetistas arquitetos e designers planejam um espaço, pensam em diversos desses fatores. Seu papel é juntar todas as peças, sejam elas materiais ou imateriais, e harmonizá-las no contexto requerido pelo cliente e pelo tipo de imóvel com o qual estão trabalhando. As primeiras coisas a serem observadas são: qual o objetivo do ambiente? Que função terá? Do que será composto? Como deverão ser distribuídas as formas (mesas, cadeiras, divisórias)? Essa distribuição, que podemos chamar de “layout”, é muito importante, pois desenvolverá o fluxo do local, influenciará a ventilação, a iluminação e o som interno.
A luz, natural e artificial, um desses importantes itens a serem pensados, deve ser manipulada para que possa transmitir calor ou frio, reflexo ou opacidade dos materiais, ofuscamento (muita luz) ou luz suave (menos luz). É ela que vai revelar as formas, as texturas, a cenografia do local. Se a intenção é ter uma sala aconchegante, uma ideia é trabalhar com luzes quentes localizadas, enfatizando objetos de decoração, e uma luz indireta suave, também de tom quente, no centro do recinto.
Já em cozinhas, um ambiente mais funcional de trabalho, é interessante que a luz principal seja de tom frio e mais intensa, com luzes amarelas direcionadas para os alimentos, que valorizam as cores de frutas, verduras e legumes.
Outro aspecto importante é o som. Quando interno, ele poderá ser absorvido ou refletido pelos materiais no ambiente. O som externo, que vem da rua, poderá ser isolado ou não pelas paredes, dependendo do material com que são constituídas. Em home theaters, os materiais e as formas dos móveis e forros são pensados para que o som resultante seja de qualidade. Alguns devem refletir o som para que ele caminhe das caixas acústicas até o ouvinte, outros devem absorver para que não ocorra o eco.
Os materiais são os elementos que compõem o espaço e demonstram se ele está organizado e funcionando em relação à circulação dos usuários. Além disso, a luz revela suas cores, suas texturas, e isso faz toda a diferença. Alguns ambientes, como os banheiros, costumam ter materiais mais reflexivos, como os revestimentos de porcelanato polido, os espelhos, os boxes.
Estes materiais funcionam bem em relação à limpeza, um dos principais objetivos desse tipo de espaço. Já os ambientes mais intimistas e aconchegantes, como os quartos, muitas vezes possuem materiais mais absorventes, como as colchas, os travesseiros, os mobiliários de madeira/mdf, os forros de gesso, e as cores normalmente são mais suaves, em tons claros ou escuros.
A união e a harmonia entre esses elementos refletem o resultado das sensações e percepções que temos do espaço. O estudo de cada um desses itens é bastante complexo, uma vez que cada um possui diversas características e diferentes fatores a serem observados. O encanto se faz quando são dominados. Cabe ao usuário desfrutar das imagens, dos sons, dos cheiros e das texturas derivados desse conjunto.
ROSANA BACICHETI é arquiteta e designer. Possui escritório de arquitetura em Maringá e Ivaiporã. Foi professora e possui título de mestre em Engenharia Urbana, na área de conforto ambiental.
Saiba mais: www.rosanabacicheti.com.br / @Robacicheti.arq
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