Texto escrito pela designer de interiores Luciana Jacobucci
Há muita confusão sobre as diferenças entre os designers de interiores e os arquitetos. No entanto, são carreiras distintas e com atribuições legais e responsabilidades técnicas próprias.
O arquiteto é o responsável pela criação de projetos para edifícios, casas, estabelecimentos comerciais, urbanismo, paisagismo, tudo isso com um enfoque maior na execução de projetos.
O projeto desenvolvido pelo arquiteto deve obedecer a uma arquitetura funcional que proporcione conforto, seja esteticamente bonito, mas sem agredir o meio ambiente. Tem competência relacionada à volumetria, cálculos estruturais, como também escolher e especificar os melhores materiais que serão utilizados na construção. Alguns arquitetos se especializam em design de interiores.
O designer de interiores trabalha na ambientação de recintos internos sem influenciar na estrutura do imóvel, que é função exclusiva dos arquitetos.
É o profissional capaz de captar as necessidades dos clientes na parte de composição, para que aquele estilo daquela ambientação fique pertinente e correta com base no que o cliente deseja.
Na prática, ele desenvolve projetos que visam otimização e organização dos espaços seguindo normas técnicas de ergonomia, acústica, luminotécnica, adaptabilidades, funcionalidades, revestimentos adequados.
Cada cliente tem diferentes necessidades e por isso, cabe ao designer de interiores interpretá-las corretamente para criar um espaço único e personalizado.
Ao contrário do que muita gente pensa, tanto o designer de interiores quanto o arquiteto necessitam atuar em parceria para o sucesso do projeto. Literalmente, uma área complementa a outra e faz parte de todo e qualquer projeto de obra. Eu, como designer de interiores, por exemplo, trabalho em parceria com o arquiteto Fernando Augusto Farinazzo e desenvolvemos qualquer projeto em parceria.
Projeto adaptado para deficiente visual
Um exemplo é o projeto atualmente em desenvolvimento de clientes que procuravam uma arquitetura moderna e funcional que se adaptasse principalmente às necessidades de um deles que é deficiente visual – possui apena 5 % da visão.
Nesse projeto, que será utilizado para lazer, os clientes pediram que a casa fosse funcional, proporcionasse fácil mobilidade para o usuário e tivesse uma estética moderna.
Na parte do design escolheu-se tons cinzas e pedras naturais para dar modernidade.
Para a funcionalidade, utilizamos conceitos amplos totalmente integrados e sem pilares, onde se utilizou de vigas reforçadas a fim de proporcionar um vão maior nos ambientes. Todo o terreno foi nivelado de tal maneira a evitar degraus desnecessários, somente rampas de inclinação inferior a 10% e banheiros com ducha ampla sem necessidade de utilização de box em vidro.
Para o mobiliário optou-se por moveis em tons claros e de linhas retas.
Na área externa, foi projetada uma piscina em concreto armado, com degraus submersos em medidas adequadas, dessa forma possibilita a instalação de diversos itens, como o revestimento antiderrapante e os mecanismos de acesso como o corrimão perimetral de apoio.
Eu gosto muito de trabalhar com a parte de arquitetura, concretamente na distribuição dos ambientes, principalmente em novas construções. Com base em minha visão como designer e pelo fato de ter participação em uma empresa de empreitas e reformas, adquiri experiencia na parte da construção. Portanto, sempre que tenho a oportunidade, elaboro o projeto dos espaços como um esboço pois sou consciente dos limites da minha profissão, por isso minha parceria com o arquiteto é tão importante. É ele que desenvolve todo o projeto técnico.
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